quarta-feira, 21 de setembro de 2022

CULTURA E HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: DIÁLOGOS COM MICHEL DE CERTEAU E E. P. THOMPSON

 O artigo se propõe a explorar relações entre cultura e educação do ponto de vista histórico, recorrendo ao aporte de dois autores: Michel de Certeau e Edward Palmer Thompson. Apesar de em ambos a discussão sobre educação não figurar como tema central de pesquisa, a questão emerge em alguns de seus escritos. Por outro lado, cada vez mais estes autores têm se destacado como referência fundamental aos estudos sobre a escola e a educação por parte de historiadores da educação que abraçam a perspectiva da cultura como constitutiva da experiência dos sujeitos e das práticas sociais. Para discorrer sobre a questão, este artigo foi organizado em quatro partes. Na primeira, nos detemos nas razões que levaram De Certeau e Thompson a se interrogarem sobre a cultura nos anos 1960. Na segunda parte, abordamos o conceito de cultura para Michel de Certeau. Na terceira, o mesmo movimento é realizado para E. P. Thompson. Nos dois casos, a reflexão se entrelaça a vertentes da pesquisa em educação, evidenciando a proficuidade do uso da categoria para as análises históricas. Por fim, a título de comentários finais, traçamos aproximações e distanciamentos entre a concepção de cultura enunciada pelos dois autores, com o objetivo de subsidiar os estudos no campo.

As autoras deste texto são: Diana Gonçalves Vidal

Maria Angela Borges Salvadori

Ana Luisa Jesus da Costa 

Revista HISTBR ONLINE

file:///C:/Users/Maurilane/Downloads/Cultura%20e%20hist%C3%B3ria%20da%20educa%C3%A7%C3%A3o%20di%C3%A1logos%20com%20Michel%20de%20Certeau%20e%20E.%20P.%20Thompson%20(2019).pdf

Categoria Experiência em E. P. Thompson

Conferir o artigo de João Alfredo Costa de Campos Melo Junior, intitulado: O Conceito de Experiência em Edward Thompson.

Publicado nos anais da Anpuh de 2001. Veja no endereço abaixo

 http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300653140_ARQUIVO_Anpuh2011.pdf

Livro - Miséria da Teoria - E. P. Thompson

 

Ana Gicelli Garcia Alaniz, professora doutora, história social da USP, discute o livre a Teoria da Miséria de E. P. Thompson.

https://www.youtube.com/watch?v=MdTuPNOZsQU

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Programa do Curso

Objetivos do curso:
Discutir a escrita da história da educação no Brasil, analisando as tendências históricas e atuais do campo. Refletir sobre fontes impressas e orais, interrogando-se a respeito de seus aspectos teórico-metodológicos específicos. 
Abordar a importância dos arquivos históricos e escolares para guarda, produção e socialização de acervos documentais.

Programação

Agosto

Dia 17 (Aula 1) – Apresentação da proposta do curso
a) Apresentação da professora;
b) Apresentação dos alunos e dos seus projetos;
c) Levantar num quadro as fontes que serão utilizadas e os referenciais teóricos metodológicos até então definidos nos projetos elaborados pelos alunos;
d) Apresentação e discussão dos eixos e de um programa de curso.

Dia 24 (Aula 2) - Historiografia da educação brasileira: constituição histórica do campo e sua configuração atual
1) Apresentação do programa do curso
2) Organização dos seminários
3) A constituição histórica do campo

Bibliografia Obrigatória
VIDAL, Diana G.; FARIA FILHO, Luciano M. História da educação no Brasil: a constituição histórica do campo (1880-1970). Revista Brasileira de História, v. 23, n. 45, 2003, p. 37-70.
Bibliografia complementar:
CARVALHO, Marta M. C. A configuração da historiografia educacional brasileira. In: FREITAS, Marcos Cezar (org.). Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto; Bragança Paulista: EDUSF, 1998, p. 329-353.
KUHLMANN JR., Moysés. Raízes da historiografia educacional brasileira (1881-1922). Cadernos de Pesquisa, n. 106, mar. 1999, p. 159-172.
MONARCHA, Carlos. História da educação brasileira: atos inaugurais. Horizontes, n. 14, 1996, p. 35-44.
WARDE, Mirian J.; CARVALHO, Marta M. C. Política e cultura na produção da história da educação no Brasil. Contemporaneidade e educação, ano V, n. 7, 1º sem. 2000, p. 9-33.
b) Tendências atuais
CATANI, Denice B.; FARIA FILHO, Luciano M. Um lugar de produção e a produção de um lugar: a história e a historiografia divulgadas no GT História da Educação da ANPEd (1985-2000). In: GONDRA, José Gonçalves (Org.) Pesquisa em História da Educação no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 85-112.
BICCAS, Maurilane S.; GALVÃO, Ana Maria de O; GONDRA, José Gonçalves; ZERBINATTI, Dislane de M. A produção da história da educação na Revista Brasileira de História da Educação (2001-2007). v. 8, n. 1 [16] (2008)
http://www.rbhe.sbhe.org.br/index.php/rbhe/search/authors/view?firstName=Maurilane%20de%20Souza&middleName=&lastName=Biccas&affiliation=Universidade%20de%20São%20Paulo&country=

Dia 31 (Aula 3) - A escrita da história da educação: objetos, fontes e arquivos 
Bibliografia Obrigatória:
CERTEAU, M. A operação historiográfica. In: _____. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982, p. 65-119.
VIDAL, Diana G. Michel de Certeau e a difícil arte de fazer história das práticas. In: FARIA FILHO, Luciano M. (org.). Pensadores sociais e história da educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005, p. 257-284.
Bibliografia complementar:
LE GOFF, Jacques. História [O oficio do historiador; A história hoje]. In: _____ . História e memória. Lisboa: Edições 70, 2000, p. 100-140.
CHARTIER, Roger; LE GOFF, Jacques; REVEL, Jacques. A História Nova. 5ª. edição – São Paulo: Martins Fontes, 2005, p.17-84. 
FARGE, Arlette. Milhares de Vestígios. In: ____. O Sabor do Arquivo. São Paulo: EDUSP, 2009, p. 9-23.

Setembro

Dia (07) – Não haverá aula – Semana do Bicentenário da Independência

Dia 14 – (Aula 4) - Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas
a) Procedimentos metodológicos na análise de documento textual, Legislação. 

Convidada Profa. Dra. Maria Angela B. Salvadori - FEUSP

Bibliografia Obrigatória:
THOMPSON, E. P. Costumes em Comum: Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p.86-149.
FARIA FILHO, Luciano M. Fazer história da educação com E. P. Thompson: trajetórias de um aprendizado. In: _____. (org.). Pensadores sociais e história da educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005, p. 239-256.
Bibliografia complementar:
FARIA FILHO, Luciano M. A legislação escolar como fonte para a história da educação: uma tentativa de interpretação. In: _____. (org.). Educação, modernidade e civilização. Belo Horizonte: Autêntica, 1998, p. 89-125.
FARIA FILHO, Luciano M; BERTUCCI, Liane Maria. Experiência e cultura de E. P. Thompson para uma história social da escolarização. Currículo sem Fronteiras, v.9, n.1, pp.10-24, Jan/Jun 2009. http://www.curriculosemfronteiras.org/vol9iss1articles/1-fariafilho-bertucci.pdf
SALVADORI, Maria Angela B; BICCAS, Maurilane de Souza.  Narradores de Javé: perspectivas históricas para a abordagem da educação de jovens e adultos. Cinema e Ensino de História da Educação. 1 ed. Campinas: Alínea, 2013, v. 1, p. 80-101.

Dia 21 (Aula 5) - Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas.  (Seminário de Texto 1 –  Tiziana, Viviane, Luiza)

a) Fontes impressas como fonte e objeto de pesquisa
Bibliografia Obrigatória:
BICCAS, Maurilane. Roger Chartier: contribuições para a história da educação. In:. LOPES, Eliane Marta Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes (Orgs.). Pensadores sociais e a história da educação II. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012, p. 269-296.
CHARTIER, Roger. Do livro à leitura. In: CHARTIER, Roger (org). Práticas da leitura. São Paulo: Estação Liberdade, 1996, p. 77-105.
CHARTIER, Roger. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Brasília: UNB, 1999, p.7-31.
Bibliografia Complementar:
GALVÃO, Ana Maria O. Cordel leitores e ouvintes [O leitor/ouvinte nas páginas dos folhetos: um estudo do impresso]. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, p. 1-59.
CHARTIER, Roger. Entrevista ao Jornal Hoje em Dia. http://hojeemdia.com.br/almanaque/a-resposta-est%C3%A1-nos-nativos-digitais-diz-o-historiador-roger-chartier-1.408767

Dia 28 (Aula 6) - Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas -  (Revistas, Jornais)
Análise das fontes impressas na sua materialidade. Apresentação da pesquisa “O impresso pedagógico como estratégia de formação e de conformação do campo pedagógico em Minas Gerais: Revista do Ensino 1925-1940”, pela Profa. Maurilane de Souza Biccas.
Bibliografia Obrigatória:
BICCAS, Maurilane de. O impresso como estratégia de formação – Revista do Ensino de Minas Gerais (1925-1940). Belo Horizonte, MG: Argvmentvm, 2008, p. 15-31; 95-116.
BICCAS, Maurilane de S. Impresso pedagógico como objeto e fonte para a História da Educação em Minas Gerais: Revista do Ensino (1925-1940). In.: MORAIS, Christiani; PORTES, Écio; ARRUDA, Maria Aparecida. História da Educação: ensino e pesquisa. Belo Horizonte: Autêntica, 2006, p.71-106.
BICCAS, Maurilane de S. RODRIGUES, Elaine. Imprensa pedagógica e o fazer historiográfico: o caso da Revista do Ensino (1929 – 1930). Revista Acta Scientinarium.
 http://eduem.uem.br/ojs/index.php/ActaSciEduc/article/view/22666
Bibliografia Complementar:
CATANI, Denice B.; SOUZA, Cynthia P. A geração de instrumentos de pesquisa em história da educação: estudos sobre revistas de ensino. In: VIDAL, Diana G.; HILSDORF, Maria Lúcia S. (orgs.). Brasil 500 Anos: tópicas em história da educação. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001, p. 241-254.
CARVALHO, Marta M. C. Uso do impresso nas estratégias católicas de conformação do campo doutrinário da pedagogia (1931-1935). Cadernos ANPEd, n. 7, dez. 1994, p. 41-60.
VIEIRA, Carlos Eduardo. Jornal Diário como fonte e como tema de pesquisa em história da educação: um estudo da relação da imprensa, intelectuais e modernidade nos anos de 1920. In.: OLIVEIRA, Marcus Aurélio Taborda. Cinco estudos em história e historiografia da educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, p.11-40.

Outubro

Dia 05 (Aula 7) – Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas 
Convidada – Profa. Andressa Cristina Coutinho Barboza 
a) Alguns procedimentos metodológicos na análise dos Documentos impressos: os livros didáticos
Bibliografia Obrigatória:
BARBOSA, Andressa Cristina Coutinho. Cartilha do Operário: alfabetização de adolescentes e adultos São Paulo (1920 a 1930). Dissertação de Mestrado FEUSP.  p.132 a 174
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-21062007-142232/fr.php
CHOPPIN, Alain. História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte. Educação e Pesquisa, v. 30, n. 3, set./dez. 2004, p. 549-566.
CHOPPIN, Alain. O historiador e o livro escolar. História da Educação, n. 11, abr. 2002, p. 5-24.
BITTENCOURT, Circe M. F. Autores e editores de compêndios e livros de leitura (1810-1910). Educação e Pesquisa, v. 30, n. 3, set./dez. 2004, p. 476-491.
Bibliografia complementar:
MACIEL, Francisca I. P.; FRADE, Isabel C. S. Cartilhas de alfabetização e nacionalismo. In.: PERES, Eliane; TAMBARA, Elomar (orgs.). Livros escolares e ensino da leitura e da escrita no Brasil (séculos XIX-XX). Pelotas: Seiva, 2003, p. 27-51.
BATISTA, Antônio Augusto Gomes. O conceito do livro didático. In: Batista, Antônio Augusto Gomes; GALVÃO, Ana Maria De Oliveira.  Livros Escolares de leitura no Brasil: elementos para uma história. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2009, p. 41-74.
MIRANDA, Sonia Regina; LUCA, Tania Regina de. O livro didático de história hoje: um panorama a partir do PNLD. Revista Brasileira de História, vol.24 no. 48. São Paulo, 2004. 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882004000200006&script=sci_arttext&tlng=es

Dia 12 – Feriado – Dia de Nossa Senhora Aparecida

Dia 19 - (Aula 8) - Fontes de cultura material: questões teóricas e metodológicas
Convidada - Profa. Wiara Rosa Rios - Unifesp
a) A cultura material como fonte para a história da educação: questões teóricas e procedimentos metodológicos
Bibliografia obrigatória:
ALCANTARA, Wiara Rosa Rios. Patentes de carteiras: fontes para o estudo da emergência da indústria escolar em São Paulo (1889-1910).
In: MUNOZ, Fabiana, Garcia; MORAES, Felipe Tavares; MACHADO, Sandra Caldeira; ABDALA, Rachel Duarte; ALCANTARA, Wiara Rosa Rios. De madeiras e artes de fazer flechas: apontamentos teórico-metodológicos em história da educação. Taubaté: Casa da Cultura, 2016, p.277-296.
VIDAL, Diana. No interior da sala de aula: ensaio sobre cultura e prática escolares. Currículo sem fronteiras, volume 9, número 1, jan.jun., 2009 (http://www.curriculosemfronteiras.org/vol9iss1articles/2-vidal.htm).
SOUZA, Rosa Fátima. Templos de civilização: a implantação da escola primária graduada no estado de São Paulo (1890-1910). São Paulo: Ed. UNESP, 1998, p. 157-240.
Bibliografia complementar:
SOUZA, Rosa Fátima. (Org.) Dossiê: A Cultura material na história da educação: possibilidades de pesquisa. RBHE, n. 14 – maio-agosto, 2007, p. 11-95.
BARRA, Valdenisa Maria Lopes. Possíveis relações entre aspectos materiais (espaço, mobiliário e utensílios), modos de organização da escola e intervenções de ensino. RBHE, n. 14 – maio-agosto, 2007, p. 15-36.
SOUZA, Gizele de. Cultura escolar material na história da instrução pública primária no Paraná: notações de uma trajetória de pesquisa. RBHE, n. 14 – maio-agosto, 2007, p. 37. 68.
FISCARELLE, Rosilene de Oliveira e SOUZA, Rosa Fátima. Símbolos da excelência escolar: história e memória da escola pública inscrita nos troféus. RBHE, n. 14 – maio-agosto, 2007, p.68-95.

Dia 26 (Aula 9) – Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas Fotografias 
Convidada – Profa. Raquel Duarte Abdala - Fotografias escolares 
a) As imagens como fontes para a história da educação: questões teóricas e procedimentos metodológicos
Bibliografia Obrigatória:
ABDALA, Raquel Duarte. Fotografias escolares: práticas do olhar e representações sociais nos álbuns fotográficos da Escola Caetano de Campos (1895-1966). Tese de doutorado. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 2014.
DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico. Campinas: Papirus, 1993, p. 23-56.
KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000, p. 25-60; p. 127-142.
KOSSOY, Boris. Fotografia & História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.35-50.
Bibliografia complementar:
BURKE, Peter. Como confiar em fotografias. Folha de São Paulo. Mais! 4/02/2001, p. 13-14.
BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem [Fotografias e imagens; Cultura material através de imagens; A história cultural das imagens]. Bauru, SP: EDUSC, 2004, p. 25-41; p. 99-125; p. 225-238.
KOSSOY, Boris; CARNEIRO, Maria Luiza T. O olhar europeu: o negro na iconografia brasileira do século XIX. São Paulo: EDUSP, 2002, p. 173-191.

Novembro

Dia 02 – Feriado – Dia de Finados

Dia 9 (Aula 10) – História do Tempo presente: questões teóricas e metodológicas (Seminário de Texto 2 – Anna, Juliete, Gabriela Cintia)
Bibliografia Obrigatória:
HOBSBAWM, Eric J. O presente como história: escrever a história de seu próprio tempo. (Tradução do inglês: Heloisa Buarque de Almeida. Novos Estudos. CEBRAP. No. 43, novembro, 1995 pp. 103-112.
DOSSE, François. História do tempo presente e historiografia Tempo e Argumento. Florianópolis, v. 4, n. 1 p. 05 – 22, jan/jun. 2012.
SIRINELLI, Jean-François. Este século tinha sessenta anos: a França dos sixties revisitada. Tempo, Rio de Janeiro, nº 16, pp. 13-33
Bibliografia complementar:
SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007. In. _______. Tempo presente: notas sobre a mudança de uma cultura. Rio de Janeiro: J. Olympio Ed., 2005. 238p.
PEREIRA, Mateus Henrique de Faria; MATA, Sérgio da. Transformações da experiência do tempo e a pluralizações do presente. In.: NICOLAZZI, Fernando; MOLLO, Helena Miranda; ARAUJO, Valdei Lopes de.(Orgs.). Aprender com a história? O passado e o futuro de uma questão.  Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011. 256P
https://www.academia.edu/11326252/Transforma%C3%A7%C3%B5es_da_experi%C3%AAncia_do_tempo_e_pluraliza%C3%A7%C3%A3o_do_presente
FEREIRA, Marieta. História do tempo presente e a história Oral. Topoi, Rio de Janeiro, dezembro 2002, pp. 314-332. file:///C:/Users/maurilane/Downloads/topoi5a13.pdf
CARLOS FIC. História do Tempo Presente, eventos traumáticos e documentos sensíveis o caso brasileiro. Varia História, Belo Horizonte, vol. 28, nº 47, p.45-59, jan/jun 2012. http://www.scielo.br/pdf/vh/v28n47/03.pdf

Dia 16 (Aula 11) – Historiografia novas mídias: desafios teóricos e metodológicos 
Convidada – Profa. Diana Vidal (FEUSP)

Bibliografia Obrigatória:
VIDAL, Diana. Humanidades digitais e cultura material (escolar). History of Education in Latin America –HistELA, v. 5, e30136, 2022, p 2 a 14. https://periodicos.ufrn.br/histela/article/view/30136/16081
BRASIL, E.; NASCIMENTO, L. História digital: reflexões a partir da Hemeroteca Digital Brasileira e do uso de CAQDAS na reelaboração da pesquisa histórica. Estudos Históricos, V. 33, nr. 69, 2020. http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/issue/view/4179
LUCHESI, Anita. Historiografia em rede: história, internet e novas mídias Preocupações e questionamentos para historiadores do século XXI. In.: MARTINS, Estevão C. de Rezende; MOLLO, Helena. Desafios e caminhos da teoria e da história da historiografia. 2012. Mariana: SBTHH, 2015. p.9-53.

Dia 23 (Aula 12) – História Oral: Questões teóricas e metodológicas.   
(Seminário de Texto 3 - Cesar, João Carvalho, Clara)
Bibliografia Obrigatória:
FERREIRA, Marieta de Moraes. Desafios e dilemas da história oral nos anos 90: o caso do Brasil. História oral, nr. 1, 1998, p. 19-30.
VIDAL, Diana G. De Heródoto ao gravador: histórias da história oral. Resgate, Campinas (1): 77-82, jun.1990.
b) Construção e transcrição das entrevistas:
ALBERTI, Verena. História oral. A experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1990, p.11-23.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de história oral. São Paulo: Edições Loyola, 1996, p. 51-61.
THOMPSON, Paul. A voz do passado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992, cap. 3.

Dia 30 (Aula 13) - História Oral: Questões teóricas e metodológicas.
c) Os sujeitos da história oral: (Seminário de Texto 4 –Tarcísio, João Lira, Maria Angélica )
Bibliografia Obrigatória:
BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In: FERREIRA, Marieta de Moraes e AMADO, Janaína (org). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996, p. 183-192.
http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/1185/mod_resource/content/1/Bourdieu%20-%20A%20Ilus%C3%A3o%20Bibliogr%C3%A1fica.pdf
PORTELLI, Alessandro. O que faz a história oral diferente. Projeto história, nr. 14, fev. 1997, p. 25-39.
http://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/viewFile/11233/8240

Avaliação e fechamento do curso.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

História do Lápis

Uma breve viagem através da história do lápis

Os primeiros lápis, como são conhecidos hoje, vieram das montanhas de Cumberland (Inglaterra), onde foi encontrada a primeira mina de grafite. Em função da cor semelhante, acreditou-se ter encontrado chumbo. Somente no final do século XVIII o químico Karl Wilhelm Scheele comprovou cientificamente, que o grafite era um elemento próprio (carbono) e não um derivado do chumbo.

O grafite da mina inglesa de Cumberland foi de tal forma explorado, que os ingleses passaram a proibir sua exploração sob ameaça de pena de morte. A qualidade do grafite inglês e os lápis com ele produzidos foram desvalorizando-se cada vez mais.

E somente por possuir o monopólio do mercado é que a Inglaterra conseguiu vender seus lápis de má qualidade por um preço ainda alto. Para fazer com que o grafite durasse mais, eles adicionavam a ele cola, borracha, cimento etc.

O lápis surge na Alemanha pela primeira vez em 1644 na agenda de um Oficial de Artilharia. Em 1761 na aldeia de Stein, perto de Nuremberg, Kaspar Faber inicia sua própria fábrica de produção de lápis na Alemanha.

Decisivo para o desenvolvimento da indústria de lápis na Alemanha foi a ação revolucionária para aquela época de Lothar von Faber – bisneto de Kaspar Faber, e que se tornaria conselheiro real no século XIX. Através de Lothar von Faber a região de Nuremberg desenvolve-se como o centro da produção de lápis na Alemanha.

A partir de 1839 ocorre um aperfeiçoamento do chamado processo de fabricação do grafite, com a adição de argila; uma invenção quase paralela do francês Conté e do austríaco Hartmuth no final do século XVIII. A partir de então argila e grafite moídos são misturados até formarem uma pequena vara e depois queimados.

Através da mistura de argila com grafite tornou-se então possível fabricar lápis com diferentes graus de dureza. Lothar von Faber aumenta a capacidade de produção de sua fábrica. Após a construção de um moinho de água, a serragem e entalhamento da madeira passam a ser mecanizados e uma máquina a vapor torna a fabricação ainda mais racional. Desta forma está aberto o caminho para a indústria de grande porte.

Em 1856 Lothar von Faber adquire uma mina de grafite na Sibéria, não muito distante de Irkutsk, que produzia o melhor grafite da época. O “ouro negro”, como o grafite era chamado, era transportado por terra nas costas de renas ao longo de caminhos inóspitos e acidentados. Somente ao chegar a cidade portuária, o material podia ser enviado de navio para locais mais distantes.

Lothar von Faber realizou ainda mais uma proeza, bastante incomum para aquele tempo: ele guarneceu seus lápis de qualidade com seu nome. Assim nascia na Alemanha os primeiros artigos de escrever com marca registrada. Lothar von Faber é considerado o criador dos lápis hexagonais e, além disso, foi ele que estabeleceu as normas relativas ao comprimento, à grossura e ao grau de dureza destes artigos, as quais foram incorporadas por quase todos os outros fabricantes do mundo.

Deste modo, os “lápis Faber”, eram já na metade do século XIX sinônimo de qualidade por excelência. Ao mesmo tempo, já havia um igual cuidado em relação à alta qualidade das etiquetas, da apresentação dos catálogos e das embalagens.

Lothar von Faber foi também o primeiro entre os empresários do ramo a viajar com um mostruário de seu sortimento pela Alemanha e no exterior. Ele pedia nestas ocasiões preços adequados para seus lápis, que eram então obtidos apenas pelos produtos de “procedência inglesa”. Na metade do século passado os seus lápis se tornaram um dos artigos mais cobiçados na Alemanha e no exterior.

Outras fábricas de lápis em Nuremberg seguiram o exemplo da Faber. Ao longo do século XIX foram fundadas empresas como a Staedler, a Schwan e a Lyra entre outras e, assim, Nuremberg passou a contar no final do século XIX com cerca de 25 fábricas delápis, as quais produziam anualmente até 250 milhões de lápis no valor de 8,5 bilhões de marcos alemães. Somente a Faber, como o maior empresário do ramo, empregava 1000 funcionários. Assim a liderança mundial na fabricação de lápis passou a ser inteiramente da Alemanha e concentrou-se em Nuremberg e seus arredores.

É interessante observar a precoce e imediata internacionalidade neste ramo de negócios: a partir de 1849 Lothar von Faber fundou filiais em Nova York, Londres, Paris, Viena e São Petersburgo. Seu sucesso na comercialização destes produtos se estenderam até o Oriente Médio e mais tarde à China.

Para se proteger das constantes tentativas de roubo de nome, ele entregou ao Parlamento alemão em 1874 uma petição para o registro de produtos de marca. Em 1875 esta lei foi sancionada, fazendo de Faber um pioneiro na uniformização da lei de registro de marcas na Alemanha.

Dos tempos pioneiros até os dias de hoje, tanto a qualidade quanto a forma de produção dos lápis de grafite e dos lápis de cor, foram sendo cada vez mais aprimoradas.

Embora a forma e a aparência externa dos lápis tenham sido mantidas iguais até os nossos dias, não é possível comparar os lápisfabricados antigamente com a pureza e seriedade com que os artigos atuais são produzidos.

No entanto, com uma produção de mais de 1,8 bilhões de lápis de madeira por ano, a Faber-Castell continua sendo em nossos dias o mais importante fabricante destes produtos no mundo.

Fonte: www.faber-castell.com.br

História do Lápis

Sabe-se que em 1925 Herman Feher, proprietário de uma marcenaria e Fritz Johansen, oficial marceneiro formado na Dinamarca, iniciaram uma fábrica de lápis na cidade de São Carlos do Pinhal, possivelmente a primeira fábrica de lápis do Estado de São Paulo.

Em Campinas na mesma época, Gabriel Penteado, engenheiro da Companhia Paulista de Estradas de Ferro e depois proprietário de uma fábrica de fogões, e Louis Faber também montaram uma fábrica de lápis.

Em 1930 Herman Feher se associou com a fábrica alemã Faber-Castell onde eram produzidos 172.800 unidades/ano. Atualmente a Faber-Castell produz nas suas três fábricas brasileiras a incrível marca de 1,5 bilhão de lápis grafite e coloridos por ano.



Lápis
Na antiguidade clássica, tanto gregos quanto romanos já utilizavam instrumentos parecidos com o lápis: eram barrinhas redondas de chumbo que serviam para traçar linhas, desenhar e escrever.
No século XII surgiu um lápis feito com a mistura de estanho e chumbo, conhecido como “lápis de prata” e depois foi muito usado por artistas como Albert Dürer, Jan Van Eyck e Leonardo da Vinci.
O lápis moderno apareceu no século XVI, depois da descoberta das primeiras jazidas de grafite na Inglaterra.
No entanto, até hoje em inglês o lápis grafite é chamado de “lead pencil” que quer dizer lápis de chumbo, provavelmente por causa da influência da cultura greco-latina.
Inicialmente as barras de grafite eram cortadas em pedaços e embrulhadas em cordões ou em pele de ovelha. Depois o grafite passou a ser encaixilhado e colado dentro de pequenas ripas de madeira, cujo formato final era moldado manualmente.
No século XVII carpinteiros da cidade alemã de Nuremberg começaram a produzir lápis, cujo monopólio foi desfeito no século seguinte por oficinas familiares como a de Kaspar Faber (1761), nome de fabricante de lápis que chegou até nossos dias.
Em 1795, o químico francês Nicholas Jacques Conté desenvolveu e patenteou o processo moderno de produção de lápis, misturando grafite em pó com argila que, depois de moldados eram endurecidos em alta temperatura, o que possibilitou o desenvolvimento de diversos graus de dureza do grafite.
As inovações que se seguiram estão mais ligadas à industrialização da produção de lápis com a introdução de tornos e maquinários que aumentariam drasticamente a velocidade da produção e melhorariam a exatidão da forma (tubular ou hexagonal) e o acabamento.
Durante o século XIX e início do século XX, além do lápis grafite, os alunos usavam na escola lápis feitos de ardósia e de pedra-sabão bem macias para escrever em lousas de ardósia que tinham grau mais duro.
Fonte: www.crmariocovas.sp.gov.br

História do Lápis


Atualmente os lápis são produzidos com uma mistura de grafite e argila que permite que os tenhamos em diversas gradações, do mais mole ao mais duro mas, no início, os escreventes da Roma antiga usavam apenas um tipo de estilete, chamado buril, para marcar o papiro.




O grafite começou a ser empregado como lápis a partir do ano de 1564,com a descoberta das minas da Inglaterra e hoje é comumente utilizado em lápis escolares, técnicos e de escritório, além do lápis de carpinteiro. Componente básico das minas normais e minas finas utilizadas em lapiseiras, a indústria do lápis busca no grafite características que permitam atingir condições ideais de resistência mecânica e suavidade, associadas ao baixo coeficiente de atrito, além de uma excelente coloração negra.
Por volta de 1800, o grafite já era envolvido com madeira, como conhecemos hoje nossos lápis, e a madeira era então pintada de amarelo. Sabe por quê?




Apenas para que pudessem se encontrados mais facilmente sobre a mesa!
As diversas gradações do lápis facilitam as suas diversas aplicações. Quanto mais duro o lápis, mais leve e clara a sua linha, podendo então ser usado para esboços e croquis.

9H USADO PARA LITOGRAFIA
8H USADO PARA LITOGRAFIA
7H USADO PARA LITOGRAFIA
6H USADO PARA LITOGRAFIA
5H USADO PARA LITOGRAFIA
4H USADO PARA LITOGRAFIA
3H USADO PARA DESENHO TÉCNICO
2H USADO PARA DESENHO TÉCNICO
H USADO PARA DESENHO TÉCNICO
HB USADO PARA DESENHO TÉCNICO
B USADO PARA ESBOÇOS
2B USADO PARA ESBOÇOS
3B USADO PARA DEFINIÇÃO DO MEIO TON
Ideal para a representação da textura da pele.
4B USADO PARA DEFINIÇÃO DO MEIO TON
Ideal para a representação de pelos, penas, cabelos, etc.
5B USADO PARA SOMBRAS
6B USADO PARA SOMBRAS ABSOLUTAMENTE ESCURAS. NEGRO ABSOLUTO
7B USADO PARA SOMBRAS ABSOLUTAMENTE ESCURAS
8B USADO PARA SOMBRAS ABSOLUTAMENTE ESCURAS
9B USADO PARA SOMBRAS ABSOLUTAMENTE ESCURAS
Fonte: www.defatima.com.br

História do Lápis

Entre todos os instrumentos de escrita, o Lápis é sem dúvida o mais universal, versátil e econômico, produzido aos milhões todos os anos, mesmo na era da Internet.
É com o Lápis que as crianças de todo o mundo aprendem a escrever. É indispensável para todos os tipos de anotações, traçados e rascunhos – sobretudo para tudo o que possa ser escrito ou desenhado à mão.
O Lápis é um produto de longa durabilidade, que exige poucos cuidados, não é afetado por variações climáticas e escreve até debaixo d’água ou no espaço. Que outro instrumento de escrita pode se gabar de ser tão versátil?

Quem inventou o lápis?
A história do lápis confunde-se com a evolução da humanidade. Por isso, a sua autoria é desconhecida até hoje.
Têm-se, apenas, conhecimento de alguns marcos históricos, como:
70 d.C. – Plínio, o Velho, menciona pequenos discos de chumbo, observando que não eram usados para escrever ou desenhar, mas apenas direcionar o traçado das linhas.
1565 – Na Grã-Bretanha é localizado o primeiro registro do uso da grafite nas minas dos lápis, totalmente desprovidos de refinamento, feitos como um sanduíche de dois pedaços de madeira com a grafite no meio.
1644 – Primeiro registro do uso do lápis na Alemanha, por um oficial da artilharia.
1659 – A profissão de fabricante de lápis é citada em documento oficial pela primeira vez, num contrato de casamento na cidade de Nuremberg.
1761 – Em Stein, cidade próxima a Nuremberg, na Alemanha, Kaspar Faber inicia as suas atividades na produção de lápis.

Quais são os cortes utilizados?
Hexagonal
Formato padrão para o uso em escolas e escritórios. Não rola na mesa.
Redondo
Em escritórios, especialmente para taquigrafia. Fácil de girar na mão.
Triangular

Muito ergonômico para crianças que estão na fase pré-escolar. Permite a perfeita acomodação dos dedos e provoca menos cansaço ao segurar.



Por que o nome de “grafite”?

A palavra grafite é derivada do verbo grego “graphain”, que significa escrever. A primeira mina de grafite foi descoberta em Cumberland, na Inglaterra, no século XVI. Acreditava-se que era constituída por chumbo, tamanha a semelhança das cores entre os materiais. Somente no século XVIII o químico alemão Carl Wilhelm Scheele provou ser a grafite um derivado do carbono e não do chumbo.

Como alguém reconhece um lápis de qualidade?
Deve-se considerar as características da grafite e da madeira.

Grafite:
Faz uma marca contínua (nenhuma variação no sombreado);
Resistente (não quebra facilmente);
Não falha na escrita;
Deve deslizar bem no papel para não cansar.

Madeira:
Fácil de apontar;
Linear;
Não deforma;
Superfície uniformemente polida;
Inclinação na ponta.

Quais as dimensões padrão para um lápis?
Comprimento: 175 mm.
Diâmetro: 6.9 mm, 7.6 mm por face (hexagonal) ou 7.3 mm (redondo).
Diâmetro dianteiro:
2 mm (6H a 313);
2.8 mm (4B a 8).
Corte transversal: hexagonal, triangular, redondo.
Tamanhos especiais: lápis Jumbo (para escolares e crianças de pré-escola): com de diâmetro 10 mm, comprimento de 175 mm.

Árvores plantadas


As árvores plantadas para a produção de lápis são colhidas ao completarem 18 anos de idade.
A madeira mais grossa é utilizada na produção de lápis, e a madeira mais fina é comercializada para indústrias que produzem chapas de aglomerado, material utilizado na produção de móveis e outros produtos. As folhas e os galhos das árvores permanecem no solo, fornecendo nutrientes e servindo como adubo natural. Os demais resíduos sólidos são utilizados para a geração de energia térmica, produção de húmus e em granjas de frango.
Medidas e Números
Um hectare de plantação de árvores (área de um quarteirão urbano), gera:
3.500.000 lápis;
3.300 m² de chapas;
Casca para 90.000 vasinhos de violetas (em húmus);
Cama para cerca de 100.000 frangos.

Fonte: papelariapaula.com.br




Uma breve história do lápis


Uma breve viagem através da história do lápis

Os primeiros lápis, como são conhecidos hoje, vieram das montanhas de Cumberland (Inglaterra), onde foi encontrada a primeira mina de grafite. Em função da cor semelhante, acreditou-se ter encontrado chumbo. Somente no final do século XVIII o químico Karl Wilhelm Scheele comprovou cientificamente, que o grafite era um elemento próprio (carbono) e não um derivado do chumbo.

O grafite da mina inglesa de Cumberland foi de tal forma explorado, que os ingleses passaram a proibir sua exploração sob ameaça de pena de morte. A qualidade do grafite inglês e os lápis com ele produzidos foram desvalorizando-se cada vez mais.

E somente por possuir o monopólio do mercado é que a Inglaterra conseguiu vender seus lápis de má qualidade por um preço ainda alto. Para fazer com que o grafite durasse mais, eles adicionavam a ele cola, borracha, cimento etc.

O lápis surge na Alemanha pela primeira vez em 1644 na agenda de um Oficial de Artilharia. Em 1761 na aldeia de Stein, perto de Nuremberg, Kaspar Faber inicia sua própria fábrica de produção de lápis na Alemanha.

Decisivo para o desenvolvimento da indústria de lápis na Alemanha foi a ação revolucionária para aquela época de Lothar von Faber – bisneto de Kaspar Faber, e que se tornaria conselheiro real no século XIX. Através de Lothar von Faber a região de Nuremberg desenvolve-se como o centro da produção de lápis na Alemanha.

A partir de 1839 ocorre um aperfeiçoamento do chamado processo de fabricação do grafite, com a adição de argila; uma invenção quase paralela do francês Conté e do austríaco Hartmuth no final do século XVIII. A partir de então argila e grafite moídos são misturados até formarem uma pequena vara e depois queimados.

Através da mistura de argila com grafite tornou-se então possível fabricar lápiscom diferentes graus de dureza. Lothar von Faber aumenta a capacidade de produção de sua fábrica. Após a construção de um moinho de água, a serragem e entalhamento da madeira passam a ser mecanizados e uma máquina a vapor torna a fabricação ainda mais racional. Desta forma está aberto o caminho para a indústria de grande porte.

Em 1856 Lothar von Faber adquire uma mina de grafite na Sibéria, não muito distante de Irkutsk, que produzia o melhor grafite da época. O “ouro negro”, como o grafite era chamado, era transportado por terra nas costas de renas ao longo de caminhos inóspitos e acidentados. Somente ao chegar a cidade portuária, o material podia ser enviado de navio para locais mais distantes.

Lothar von Faber realizou ainda mais uma proeza, bastante incomum para aquele tempo: ele guarneceu seus lápis de qualidade com seu nome. Assim nascia na Alemanha os primeiros artigos de escrever com marca registrada. Lothar von Faber é considerado o criador dos lápis hexagonais e, além disso, foi ele que estabeleceu as normas relativas ao comprimento, à grossura e ao grau de dureza destes artigos, as quais foram incorporadas por quase todos os outros fabricantes do mundo.

Deste modo, os “lápis Faber”, eram já na metade do século XIX sinônimo de qualidade por excelência. Ao mesmo tempo, já havia um igual cuidado em relação à alta qualidade das etiquetas, da apresentação dos catálogos e das embalagens.

Lothar von Faber foi também o primeiro entre os empresários do ramo a viajar com um mostruário de seu sortimento pela Alemanha e no exterior. Ele pedia nestas ocasiões preços adequados para seus lápis, que eram então obtidos apenas pelos produtos de “procedência inglesa”. Na metade do século passado os seus lápis se tornaram um dos artigos mais cobiçados na Alemanha e no exterior.

Outras fábricas de lápis em Nuremberg seguiram o exemplo da Faber. Ao longo do século XIX foram fundadas empresas como a Staedler, a Schwan e a Lyra entre outras e, assim, Nuremberg passou a contar no final do século XIX com cerca de 25 fábricas delápis, as quais produziam anualmente até 250 milhões de lápis no valor de 8,5 bilhões de marcos alemães. Somente a Faber, como o maior empresário do ramo, empregava 1000 funcionários. Assim a liderança mundial na fabricação de lápis passou a ser inteiramente da Alemanha e concentrou-se em Nuremberg e seus arredores.

É interessante observar a precoce e imediata internacionalidade neste ramo de negócios: a partir de 1849 Lothar von Faber fundou filiais em Nova York, Londres, Paris, Viena e São Petersburgo. Seu sucesso na comercialização destes produtos se estenderam até o Oriente Médio e mais tarde à China.

Para se proteger das constantes tentativas de roubo de nome, ele entregou ao Parlamento alemão em 1874 uma petição para o registro de produtos de marca. Em 1875 esta lei foi sancionada, fazendo de Faber um pioneiro na uniformização da lei de registro de marcas na Alemanha.

Dos tempos pioneiros até os dias de hoje, tanto a qualidade quanto a forma de produção dos lápis de grafite e dos lápis de cor, foram sendo cada vez mais aprimoradas.

Embora a forma e a aparência externa dos lápis tenham sido mantidas iguais até os nossos dias, não é possível comparar os lápisfabricados antigamente com a pureza e seriedade com que os artigos atuais são produzidos.

No entanto, com uma produção de mais de 1,8 bilhões de lápis de madeira por ano, a Faber-Castell continua sendo em nossos dias o mais importante fabricante destes produtos no mundo

A História do Lápis

CURIOSIDADES

A HISTÓRIA DO LÁPIS

Postado em 23 de novembro de 2017 em 11:58 por Casa da Loise


Todo mundo já sabe: nós da Casa da Loise temos uma verdadeira paixão por lápis. De cor ou grafite, o lápis é um instrumento universal, versátil e o melhor: econômico e com alta durabilidade. Além disso, independente do número de softwares artísticos, de design ou edição de imagens, para o apaixonado por arte, nada substitui o bom e velho lápis.

Muita gente não para pra pensar, mas a nossa relação com o lápis começa muito cedo, e é por isso que esse pequeno instrumento mexe com muita gente, inclusive com colecionadores. Na escola, muito cedo, é com ele que aprendemos a escrever. É com ele também, que faz parte do material obrigatório da maioria das escolas, que aprendemos a ilustrar muito do nosso aprendizado.

O lápis de cor, por exemplo, é tão importante durante os nossos anos de escola, que muitas vezes vira motivo de competição entre as crianças. Quem tem o estojo mais descolado, quem tem o maior número de cores, ou aquela coleção da marca mais bacana de lápis? Tudo isso instiga uma relação que explica o motivo do lápis ser a paixão de muitos adultos. Seja de cor ou mesmo aquele de grafite comum, tem muitos pais escondendo suas coleções dos filhos por aí!

História

Antes do lápis, o homem já utilizava de instrumentos parecidos com o objetivo de gravar inscrições em cavernas e pedras. Cerca de 3500 atrás, no antigo Egito, eram utilizadas varas de rabiscar, muitas vezes com a ponta queimada. Antes do grafite, metais como o chumbo também eram usados pelos gregos e romanos por volta do anos  500 d.C. O parente mais próximo do lápis é o instrumento romano stylus (da foto), que era um pedaço de metal (normalmente chumbo) fino, revestido por madeira e utilizado para escrever os papiros.


Existem relatos que o lápis teve origem no primeiro século d.C., porém, o instrumento de grafite e madeira que conhecemos surgiu por volta de 1560, na Grã-Bretanha. O lápis passa então a ser um dos instrumentos favoritos dos artistas, e seu uso se propaga pela Europa nos próximos séculos.

Minas de grafite começaram a fornecer matéria prima para a produção de lápis em escala por volta do século 17, porém, o lápis de chumbo ainda era muito utilizado. Foi apenas no início do século XX que o chumbo foi totalmente extinto do lápis, devido a sua alta toxicidade. Atualmente, o Brasil é o maior produtos mundial de Lápis de grafite, com cerca de 2 bilhões de unidades por ano. Os Estados Unidos são os maiores consumidores, com cerca de 2,5 bilhões de unidades consumidas anualmente.

A Produção dos Lápis

Os primeiros lápis foram fabricados artesanalmente, quando um entalhador de móveis cortou a madeira e esculpiu um talho para servir de apoio para o grafite. Como outros objetos eram utilizados para redigir documentos na época, os principais usuários de lápis eram carpinteiros e artistas. Já o lápis de cor é uma variação do lápis comum de grafite, e é fabricado com uma mistura de barro, goma, cera e corantes.

Depois do rápido aumento de preço do grafite, durante o período das guerras napoleônicas, a mistura do grafite com o barro foi desenvolvida em princípios do século XIX. O grafite foi pulverizado e misturado com barro úmido. As varas finas talhadas foram queimadas e embebidas em óleo ou cera. Atualmente, os lápis são trabalhados a partir de tábuas de sarrafo. Cada par de tábuas produz até dez lápis convencionais. 


 





Para o lápis de grafite existem graduações diferentes, ou seja, as minas de grafite misturadas com argila tratada, já cortadas e secas, são submetidas a um processo de queima em forno de alta temperatura, originando 14 diferentes graduações. Fonte da imagem: https://www.desenhoepintura.com.br/lapis-para-desenho-tecnico/

Hoje, a maior parte da produção de lápis ao redor do mundo conta com processos mais ecológicos que incluem 100% de aproveitamento dos materiais. Os resíduos, galhos e folhas são utilizados como adubo, a serragem para a geração de energia e produção de chapas e briquetes, a casca é utilizada na produção de húmus e a cinza da caldeira é utilizada na