sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

História do Lápis

Uma breve viagem através da história do lápis

Os primeiros lápis, como são conhecidos hoje, vieram das montanhas de Cumberland (Inglaterra), onde foi encontrada a primeira mina de grafite. Em função da cor semelhante, acreditou-se ter encontrado chumbo. Somente no final do século XVIII o químico Karl Wilhelm Scheele comprovou cientificamente, que o grafite era um elemento próprio (carbono) e não um derivado do chumbo.

O grafite da mina inglesa de Cumberland foi de tal forma explorado, que os ingleses passaram a proibir sua exploração sob ameaça de pena de morte. A qualidade do grafite inglês e os lápis com ele produzidos foram desvalorizando-se cada vez mais.

E somente por possuir o monopólio do mercado é que a Inglaterra conseguiu vender seus lápis de má qualidade por um preço ainda alto. Para fazer com que o grafite durasse mais, eles adicionavam a ele cola, borracha, cimento etc.

O lápis surge na Alemanha pela primeira vez em 1644 na agenda de um Oficial de Artilharia. Em 1761 na aldeia de Stein, perto de Nuremberg, Kaspar Faber inicia sua própria fábrica de produção de lápis na Alemanha.

Decisivo para o desenvolvimento da indústria de lápis na Alemanha foi a ação revolucionária para aquela época de Lothar von Faber – bisneto de Kaspar Faber, e que se tornaria conselheiro real no século XIX. Através de Lothar von Faber a região de Nuremberg desenvolve-se como o centro da produção de lápis na Alemanha.

A partir de 1839 ocorre um aperfeiçoamento do chamado processo de fabricação do grafite, com a adição de argila; uma invenção quase paralela do francês Conté e do austríaco Hartmuth no final do século XVIII. A partir de então argila e grafite moídos são misturados até formarem uma pequena vara e depois queimados.

Através da mistura de argila com grafite tornou-se então possível fabricar lápis com diferentes graus de dureza. Lothar von Faber aumenta a capacidade de produção de sua fábrica. Após a construção de um moinho de água, a serragem e entalhamento da madeira passam a ser mecanizados e uma máquina a vapor torna a fabricação ainda mais racional. Desta forma está aberto o caminho para a indústria de grande porte.

Em 1856 Lothar von Faber adquire uma mina de grafite na Sibéria, não muito distante de Irkutsk, que produzia o melhor grafite da época. O “ouro negro”, como o grafite era chamado, era transportado por terra nas costas de renas ao longo de caminhos inóspitos e acidentados. Somente ao chegar a cidade portuária, o material podia ser enviado de navio para locais mais distantes.

Lothar von Faber realizou ainda mais uma proeza, bastante incomum para aquele tempo: ele guarneceu seus lápis de qualidade com seu nome. Assim nascia na Alemanha os primeiros artigos de escrever com marca registrada. Lothar von Faber é considerado o criador dos lápis hexagonais e, além disso, foi ele que estabeleceu as normas relativas ao comprimento, à grossura e ao grau de dureza destes artigos, as quais foram incorporadas por quase todos os outros fabricantes do mundo.

Deste modo, os “lápis Faber”, eram já na metade do século XIX sinônimo de qualidade por excelência. Ao mesmo tempo, já havia um igual cuidado em relação à alta qualidade das etiquetas, da apresentação dos catálogos e das embalagens.

Lothar von Faber foi também o primeiro entre os empresários do ramo a viajar com um mostruário de seu sortimento pela Alemanha e no exterior. Ele pedia nestas ocasiões preços adequados para seus lápis, que eram então obtidos apenas pelos produtos de “procedência inglesa”. Na metade do século passado os seus lápis se tornaram um dos artigos mais cobiçados na Alemanha e no exterior.

Outras fábricas de lápis em Nuremberg seguiram o exemplo da Faber. Ao longo do século XIX foram fundadas empresas como a Staedler, a Schwan e a Lyra entre outras e, assim, Nuremberg passou a contar no final do século XIX com cerca de 25 fábricas delápis, as quais produziam anualmente até 250 milhões de lápis no valor de 8,5 bilhões de marcos alemães. Somente a Faber, como o maior empresário do ramo, empregava 1000 funcionários. Assim a liderança mundial na fabricação de lápis passou a ser inteiramente da Alemanha e concentrou-se em Nuremberg e seus arredores.

É interessante observar a precoce e imediata internacionalidade neste ramo de negócios: a partir de 1849 Lothar von Faber fundou filiais em Nova York, Londres, Paris, Viena e São Petersburgo. Seu sucesso na comercialização destes produtos se estenderam até o Oriente Médio e mais tarde à China.

Para se proteger das constantes tentativas de roubo de nome, ele entregou ao Parlamento alemão em 1874 uma petição para o registro de produtos de marca. Em 1875 esta lei foi sancionada, fazendo de Faber um pioneiro na uniformização da lei de registro de marcas na Alemanha.

Dos tempos pioneiros até os dias de hoje, tanto a qualidade quanto a forma de produção dos lápis de grafite e dos lápis de cor, foram sendo cada vez mais aprimoradas.

Embora a forma e a aparência externa dos lápis tenham sido mantidas iguais até os nossos dias, não é possível comparar os lápisfabricados antigamente com a pureza e seriedade com que os artigos atuais são produzidos.

No entanto, com uma produção de mais de 1,8 bilhões de lápis de madeira por ano, a Faber-Castell continua sendo em nossos dias o mais importante fabricante destes produtos no mundo.

Fonte: www.faber-castell.com.br

História do Lápis

Sabe-se que em 1925 Herman Feher, proprietário de uma marcenaria e Fritz Johansen, oficial marceneiro formado na Dinamarca, iniciaram uma fábrica de lápis na cidade de São Carlos do Pinhal, possivelmente a primeira fábrica de lápis do Estado de São Paulo.

Em Campinas na mesma época, Gabriel Penteado, engenheiro da Companhia Paulista de Estradas de Ferro e depois proprietário de uma fábrica de fogões, e Louis Faber também montaram uma fábrica de lápis.

Em 1930 Herman Feher se associou com a fábrica alemã Faber-Castell onde eram produzidos 172.800 unidades/ano. Atualmente a Faber-Castell produz nas suas três fábricas brasileiras a incrível marca de 1,5 bilhão de lápis grafite e coloridos por ano.



Lápis
Na antiguidade clássica, tanto gregos quanto romanos já utilizavam instrumentos parecidos com o lápis: eram barrinhas redondas de chumbo que serviam para traçar linhas, desenhar e escrever.
No século XII surgiu um lápis feito com a mistura de estanho e chumbo, conhecido como “lápis de prata” e depois foi muito usado por artistas como Albert Dürer, Jan Van Eyck e Leonardo da Vinci.
O lápis moderno apareceu no século XVI, depois da descoberta das primeiras jazidas de grafite na Inglaterra.
No entanto, até hoje em inglês o lápis grafite é chamado de “lead pencil” que quer dizer lápis de chumbo, provavelmente por causa da influência da cultura greco-latina.
Inicialmente as barras de grafite eram cortadas em pedaços e embrulhadas em cordões ou em pele de ovelha. Depois o grafite passou a ser encaixilhado e colado dentro de pequenas ripas de madeira, cujo formato final era moldado manualmente.
No século XVII carpinteiros da cidade alemã de Nuremberg começaram a produzir lápis, cujo monopólio foi desfeito no século seguinte por oficinas familiares como a de Kaspar Faber (1761), nome de fabricante de lápis que chegou até nossos dias.
Em 1795, o químico francês Nicholas Jacques Conté desenvolveu e patenteou o processo moderno de produção de lápis, misturando grafite em pó com argila que, depois de moldados eram endurecidos em alta temperatura, o que possibilitou o desenvolvimento de diversos graus de dureza do grafite.
As inovações que se seguiram estão mais ligadas à industrialização da produção de lápis com a introdução de tornos e maquinários que aumentariam drasticamente a velocidade da produção e melhorariam a exatidão da forma (tubular ou hexagonal) e o acabamento.
Durante o século XIX e início do século XX, além do lápis grafite, os alunos usavam na escola lápis feitos de ardósia e de pedra-sabão bem macias para escrever em lousas de ardósia que tinham grau mais duro.
Fonte: www.crmariocovas.sp.gov.br

História do Lápis


Atualmente os lápis são produzidos com uma mistura de grafite e argila que permite que os tenhamos em diversas gradações, do mais mole ao mais duro mas, no início, os escreventes da Roma antiga usavam apenas um tipo de estilete, chamado buril, para marcar o papiro.




O grafite começou a ser empregado como lápis a partir do ano de 1564,com a descoberta das minas da Inglaterra e hoje é comumente utilizado em lápis escolares, técnicos e de escritório, além do lápis de carpinteiro. Componente básico das minas normais e minas finas utilizadas em lapiseiras, a indústria do lápis busca no grafite características que permitam atingir condições ideais de resistência mecânica e suavidade, associadas ao baixo coeficiente de atrito, além de uma excelente coloração negra.
Por volta de 1800, o grafite já era envolvido com madeira, como conhecemos hoje nossos lápis, e a madeira era então pintada de amarelo. Sabe por quê?




Apenas para que pudessem se encontrados mais facilmente sobre a mesa!
As diversas gradações do lápis facilitam as suas diversas aplicações. Quanto mais duro o lápis, mais leve e clara a sua linha, podendo então ser usado para esboços e croquis.

9H USADO PARA LITOGRAFIA
8H USADO PARA LITOGRAFIA
7H USADO PARA LITOGRAFIA
6H USADO PARA LITOGRAFIA
5H USADO PARA LITOGRAFIA
4H USADO PARA LITOGRAFIA
3H USADO PARA DESENHO TÉCNICO
2H USADO PARA DESENHO TÉCNICO
H USADO PARA DESENHO TÉCNICO
HB USADO PARA DESENHO TÉCNICO
B USADO PARA ESBOÇOS
2B USADO PARA ESBOÇOS
3B USADO PARA DEFINIÇÃO DO MEIO TON
Ideal para a representação da textura da pele.
4B USADO PARA DEFINIÇÃO DO MEIO TON
Ideal para a representação de pelos, penas, cabelos, etc.
5B USADO PARA SOMBRAS
6B USADO PARA SOMBRAS ABSOLUTAMENTE ESCURAS. NEGRO ABSOLUTO
7B USADO PARA SOMBRAS ABSOLUTAMENTE ESCURAS
8B USADO PARA SOMBRAS ABSOLUTAMENTE ESCURAS
9B USADO PARA SOMBRAS ABSOLUTAMENTE ESCURAS
Fonte: www.defatima.com.br

História do Lápis

Entre todos os instrumentos de escrita, o Lápis é sem dúvida o mais universal, versátil e econômico, produzido aos milhões todos os anos, mesmo na era da Internet.
É com o Lápis que as crianças de todo o mundo aprendem a escrever. É indispensável para todos os tipos de anotações, traçados e rascunhos – sobretudo para tudo o que possa ser escrito ou desenhado à mão.
O Lápis é um produto de longa durabilidade, que exige poucos cuidados, não é afetado por variações climáticas e escreve até debaixo d’água ou no espaço. Que outro instrumento de escrita pode se gabar de ser tão versátil?

Quem inventou o lápis?
A história do lápis confunde-se com a evolução da humanidade. Por isso, a sua autoria é desconhecida até hoje.
Têm-se, apenas, conhecimento de alguns marcos históricos, como:
70 d.C. – Plínio, o Velho, menciona pequenos discos de chumbo, observando que não eram usados para escrever ou desenhar, mas apenas direcionar o traçado das linhas.
1565 – Na Grã-Bretanha é localizado o primeiro registro do uso da grafite nas minas dos lápis, totalmente desprovidos de refinamento, feitos como um sanduíche de dois pedaços de madeira com a grafite no meio.
1644 – Primeiro registro do uso do lápis na Alemanha, por um oficial da artilharia.
1659 – A profissão de fabricante de lápis é citada em documento oficial pela primeira vez, num contrato de casamento na cidade de Nuremberg.
1761 – Em Stein, cidade próxima a Nuremberg, na Alemanha, Kaspar Faber inicia as suas atividades na produção de lápis.

Quais são os cortes utilizados?
Hexagonal
Formato padrão para o uso em escolas e escritórios. Não rola na mesa.
Redondo
Em escritórios, especialmente para taquigrafia. Fácil de girar na mão.
Triangular

Muito ergonômico para crianças que estão na fase pré-escolar. Permite a perfeita acomodação dos dedos e provoca menos cansaço ao segurar.



Por que o nome de “grafite”?

A palavra grafite é derivada do verbo grego “graphain”, que significa escrever. A primeira mina de grafite foi descoberta em Cumberland, na Inglaterra, no século XVI. Acreditava-se que era constituída por chumbo, tamanha a semelhança das cores entre os materiais. Somente no século XVIII o químico alemão Carl Wilhelm Scheele provou ser a grafite um derivado do carbono e não do chumbo.

Como alguém reconhece um lápis de qualidade?
Deve-se considerar as características da grafite e da madeira.

Grafite:
Faz uma marca contínua (nenhuma variação no sombreado);
Resistente (não quebra facilmente);
Não falha na escrita;
Deve deslizar bem no papel para não cansar.

Madeira:
Fácil de apontar;
Linear;
Não deforma;
Superfície uniformemente polida;
Inclinação na ponta.

Quais as dimensões padrão para um lápis?
Comprimento: 175 mm.
Diâmetro: 6.9 mm, 7.6 mm por face (hexagonal) ou 7.3 mm (redondo).
Diâmetro dianteiro:
2 mm (6H a 313);
2.8 mm (4B a 8).
Corte transversal: hexagonal, triangular, redondo.
Tamanhos especiais: lápis Jumbo (para escolares e crianças de pré-escola): com de diâmetro 10 mm, comprimento de 175 mm.

Árvores plantadas


As árvores plantadas para a produção de lápis são colhidas ao completarem 18 anos de idade.
A madeira mais grossa é utilizada na produção de lápis, e a madeira mais fina é comercializada para indústrias que produzem chapas de aglomerado, material utilizado na produção de móveis e outros produtos. As folhas e os galhos das árvores permanecem no solo, fornecendo nutrientes e servindo como adubo natural. Os demais resíduos sólidos são utilizados para a geração de energia térmica, produção de húmus e em granjas de frango.
Medidas e Números
Um hectare de plantação de árvores (área de um quarteirão urbano), gera:
3.500.000 lápis;
3.300 m² de chapas;
Casca para 90.000 vasinhos de violetas (em húmus);
Cama para cerca de 100.000 frangos.

Fonte: papelariapaula.com.br




Uma breve história do lápis


Uma breve viagem através da história do lápis

Os primeiros lápis, como são conhecidos hoje, vieram das montanhas de Cumberland (Inglaterra), onde foi encontrada a primeira mina de grafite. Em função da cor semelhante, acreditou-se ter encontrado chumbo. Somente no final do século XVIII o químico Karl Wilhelm Scheele comprovou cientificamente, que o grafite era um elemento próprio (carbono) e não um derivado do chumbo.

O grafite da mina inglesa de Cumberland foi de tal forma explorado, que os ingleses passaram a proibir sua exploração sob ameaça de pena de morte. A qualidade do grafite inglês e os lápis com ele produzidos foram desvalorizando-se cada vez mais.

E somente por possuir o monopólio do mercado é que a Inglaterra conseguiu vender seus lápis de má qualidade por um preço ainda alto. Para fazer com que o grafite durasse mais, eles adicionavam a ele cola, borracha, cimento etc.

O lápis surge na Alemanha pela primeira vez em 1644 na agenda de um Oficial de Artilharia. Em 1761 na aldeia de Stein, perto de Nuremberg, Kaspar Faber inicia sua própria fábrica de produção de lápis na Alemanha.

Decisivo para o desenvolvimento da indústria de lápis na Alemanha foi a ação revolucionária para aquela época de Lothar von Faber – bisneto de Kaspar Faber, e que se tornaria conselheiro real no século XIX. Através de Lothar von Faber a região de Nuremberg desenvolve-se como o centro da produção de lápis na Alemanha.

A partir de 1839 ocorre um aperfeiçoamento do chamado processo de fabricação do grafite, com a adição de argila; uma invenção quase paralela do francês Conté e do austríaco Hartmuth no final do século XVIII. A partir de então argila e grafite moídos são misturados até formarem uma pequena vara e depois queimados.

Através da mistura de argila com grafite tornou-se então possível fabricar lápiscom diferentes graus de dureza. Lothar von Faber aumenta a capacidade de produção de sua fábrica. Após a construção de um moinho de água, a serragem e entalhamento da madeira passam a ser mecanizados e uma máquina a vapor torna a fabricação ainda mais racional. Desta forma está aberto o caminho para a indústria de grande porte.

Em 1856 Lothar von Faber adquire uma mina de grafite na Sibéria, não muito distante de Irkutsk, que produzia o melhor grafite da época. O “ouro negro”, como o grafite era chamado, era transportado por terra nas costas de renas ao longo de caminhos inóspitos e acidentados. Somente ao chegar a cidade portuária, o material podia ser enviado de navio para locais mais distantes.

Lothar von Faber realizou ainda mais uma proeza, bastante incomum para aquele tempo: ele guarneceu seus lápis de qualidade com seu nome. Assim nascia na Alemanha os primeiros artigos de escrever com marca registrada. Lothar von Faber é considerado o criador dos lápis hexagonais e, além disso, foi ele que estabeleceu as normas relativas ao comprimento, à grossura e ao grau de dureza destes artigos, as quais foram incorporadas por quase todos os outros fabricantes do mundo.

Deste modo, os “lápis Faber”, eram já na metade do século XIX sinônimo de qualidade por excelência. Ao mesmo tempo, já havia um igual cuidado em relação à alta qualidade das etiquetas, da apresentação dos catálogos e das embalagens.

Lothar von Faber foi também o primeiro entre os empresários do ramo a viajar com um mostruário de seu sortimento pela Alemanha e no exterior. Ele pedia nestas ocasiões preços adequados para seus lápis, que eram então obtidos apenas pelos produtos de “procedência inglesa”. Na metade do século passado os seus lápis se tornaram um dos artigos mais cobiçados na Alemanha e no exterior.

Outras fábricas de lápis em Nuremberg seguiram o exemplo da Faber. Ao longo do século XIX foram fundadas empresas como a Staedler, a Schwan e a Lyra entre outras e, assim, Nuremberg passou a contar no final do século XIX com cerca de 25 fábricas delápis, as quais produziam anualmente até 250 milhões de lápis no valor de 8,5 bilhões de marcos alemães. Somente a Faber, como o maior empresário do ramo, empregava 1000 funcionários. Assim a liderança mundial na fabricação de lápis passou a ser inteiramente da Alemanha e concentrou-se em Nuremberg e seus arredores.

É interessante observar a precoce e imediata internacionalidade neste ramo de negócios: a partir de 1849 Lothar von Faber fundou filiais em Nova York, Londres, Paris, Viena e São Petersburgo. Seu sucesso na comercialização destes produtos se estenderam até o Oriente Médio e mais tarde à China.

Para se proteger das constantes tentativas de roubo de nome, ele entregou ao Parlamento alemão em 1874 uma petição para o registro de produtos de marca. Em 1875 esta lei foi sancionada, fazendo de Faber um pioneiro na uniformização da lei de registro de marcas na Alemanha.

Dos tempos pioneiros até os dias de hoje, tanto a qualidade quanto a forma de produção dos lápis de grafite e dos lápis de cor, foram sendo cada vez mais aprimoradas.

Embora a forma e a aparência externa dos lápis tenham sido mantidas iguais até os nossos dias, não é possível comparar os lápisfabricados antigamente com a pureza e seriedade com que os artigos atuais são produzidos.

No entanto, com uma produção de mais de 1,8 bilhões de lápis de madeira por ano, a Faber-Castell continua sendo em nossos dias o mais importante fabricante destes produtos no mundo

A História do Lápis

CURIOSIDADES

A HISTÓRIA DO LÁPIS

Postado em 23 de novembro de 2017 em 11:58 por Casa da Loise


Todo mundo já sabe: nós da Casa da Loise temos uma verdadeira paixão por lápis. De cor ou grafite, o lápis é um instrumento universal, versátil e o melhor: econômico e com alta durabilidade. Além disso, independente do número de softwares artísticos, de design ou edição de imagens, para o apaixonado por arte, nada substitui o bom e velho lápis.

Muita gente não para pra pensar, mas a nossa relação com o lápis começa muito cedo, e é por isso que esse pequeno instrumento mexe com muita gente, inclusive com colecionadores. Na escola, muito cedo, é com ele que aprendemos a escrever. É com ele também, que faz parte do material obrigatório da maioria das escolas, que aprendemos a ilustrar muito do nosso aprendizado.

O lápis de cor, por exemplo, é tão importante durante os nossos anos de escola, que muitas vezes vira motivo de competição entre as crianças. Quem tem o estojo mais descolado, quem tem o maior número de cores, ou aquela coleção da marca mais bacana de lápis? Tudo isso instiga uma relação que explica o motivo do lápis ser a paixão de muitos adultos. Seja de cor ou mesmo aquele de grafite comum, tem muitos pais escondendo suas coleções dos filhos por aí!

História

Antes do lápis, o homem já utilizava de instrumentos parecidos com o objetivo de gravar inscrições em cavernas e pedras. Cerca de 3500 atrás, no antigo Egito, eram utilizadas varas de rabiscar, muitas vezes com a ponta queimada. Antes do grafite, metais como o chumbo também eram usados pelos gregos e romanos por volta do anos  500 d.C. O parente mais próximo do lápis é o instrumento romano stylus (da foto), que era um pedaço de metal (normalmente chumbo) fino, revestido por madeira e utilizado para escrever os papiros.


Existem relatos que o lápis teve origem no primeiro século d.C., porém, o instrumento de grafite e madeira que conhecemos surgiu por volta de 1560, na Grã-Bretanha. O lápis passa então a ser um dos instrumentos favoritos dos artistas, e seu uso se propaga pela Europa nos próximos séculos.

Minas de grafite começaram a fornecer matéria prima para a produção de lápis em escala por volta do século 17, porém, o lápis de chumbo ainda era muito utilizado. Foi apenas no início do século XX que o chumbo foi totalmente extinto do lápis, devido a sua alta toxicidade. Atualmente, o Brasil é o maior produtos mundial de Lápis de grafite, com cerca de 2 bilhões de unidades por ano. Os Estados Unidos são os maiores consumidores, com cerca de 2,5 bilhões de unidades consumidas anualmente.

A Produção dos Lápis

Os primeiros lápis foram fabricados artesanalmente, quando um entalhador de móveis cortou a madeira e esculpiu um talho para servir de apoio para o grafite. Como outros objetos eram utilizados para redigir documentos na época, os principais usuários de lápis eram carpinteiros e artistas. Já o lápis de cor é uma variação do lápis comum de grafite, e é fabricado com uma mistura de barro, goma, cera e corantes.

Depois do rápido aumento de preço do grafite, durante o período das guerras napoleônicas, a mistura do grafite com o barro foi desenvolvida em princípios do século XIX. O grafite foi pulverizado e misturado com barro úmido. As varas finas talhadas foram queimadas e embebidas em óleo ou cera. Atualmente, os lápis são trabalhados a partir de tábuas de sarrafo. Cada par de tábuas produz até dez lápis convencionais. 


 





Para o lápis de grafite existem graduações diferentes, ou seja, as minas de grafite misturadas com argila tratada, já cortadas e secas, são submetidas a um processo de queima em forno de alta temperatura, originando 14 diferentes graduações. Fonte da imagem: https://www.desenhoepintura.com.br/lapis-para-desenho-tecnico/

Hoje, a maior parte da produção de lápis ao redor do mundo conta com processos mais ecológicos que incluem 100% de aproveitamento dos materiais. Os resíduos, galhos e folhas são utilizados como adubo, a serragem para a geração de energia e produção de chapas e briquetes, a casca é utilizada na produção de húmus e a cinza da caldeira é utilizada na 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Bibliografia História Digital

LUCCHESI, Anita. Por um debate sobre História e Historiografia Digital. Boletim Historiar, nr. 2, 2014. https://seer.ufs.br/index.php/historiar/article/view/2127

 

BRASIL, E.; NASCIMENTO, L. História digital: reflexões a partir da Hemeroteca Digital Brasileira e do uso de CAQDAS na reelaboração da pesquisa histórica. Estudos históricos, v. 33, nr.69, 2020. http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/issue/view/4179

RUYSKENSVELDE, Sarah Van. Towards a history of e-ducation? Exploring the possibilities of digital humanities for the history of education, Paedagogica Historica, 50:6, 861-870, 2014. (Envio em anexo).

Projeto: evolução urbana do Rio de Janeiro

 


https://imaginerio.org/#en/1876/15/-22.90584666659416/-43.190603256225586/all/

História Digital: Projeto Slave Market Rio de Janeiro

The Slave Market in Rio de Janeiro: Movement, Context, and Social Experience
Authors: Peter Shannon, Whitney Berry, Ryan Delaney, David Sabeti, Mithu Datta, T.C. Alves, Erik Steiner, and Zephyr Frank

The data presented in this visualization represent the transaction information of 408 slave sales registered in tax records between February 13 and May 13 of 1869. This number represents 53 percent of slave sale records containing location information and 31 percent of the entire run of transaction data available in this archival document, which runs from January 2 through May 15. Rather than a concentrated large-scale process dominated by formal market spaces and professional slave traders, the mature slave market in Rio de Janeiro involved a multitude of individual transactions that encompassed every neighborhood in the city. Mapping the origins and destinations of slaves in this system highlights the ubiquity of slavery in Rio de Janeiro as well as the constant movement of slaves in and out of new environments. Examining the traits of buyers, sellers, and slaves further highlights the significant changes experienced by all parties caught up in the system.

This visualization is associated with: Zephyr Frank and Whitney Berry, "The Slave Market in Rio de Janeiro circa 1869: Context, Movement and Social Experience," Journal of Latin American Geography, 9 (2010): 85-111.

Contributors: Tereza Cristina Alves, Luciana Barbeiro (Cecult, UNICAMP), Hannah Gilula (Spatial History Lab), Chester Harvey (Spatial History Lab), and Meredith Williams (Stanford University).
Source: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Recebedoria do Rio de Janeiro, Meia-siza, 1869.

© 2010 Journal of Latin American Geography.


https://web.stanford.edu/group/spatialhistory/cgi-bin/site/viz.php?id=143&project_id=0

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Como conduzir uma etnografia durante o isolamento social


Postado no dia 03 de maio

Algumas sugestões para estudantes de doutorado na área de Antropologia que têm conduzido suas etnografias de modo online. Uma vez que eles estão impossibilitados de visitar fisicamente seu campo.



Daniel Miller, da University College London é um antropólogo intimamente associado aos estudos das relações humanas com as coisas, às consequências do consumo e à antropologia digital. Seu trabalho teórico foi desenvolvido pela primeira vez em Material Culture and Mass Consumption e está resumido mais recentemente em seu livro Stuff.https://www.youtube.com/watch?v=NSiTrYB-0so



quarta-feira, 25 de novembro de 2020

METODOS Y TECNICAS DE INVESTIGACION II

 


https://metodosytecnicasdeinvestigacion2unpsjb.wordpress.com/t-p-n6/

Hismedi: Guerra Civil y Franquismo: Historia digital. Historia en Internet

 





Desde finales del siglo XX hemos sido testigos de un interés por la Historia sin precedentes, como lo muestra su divulgación en libros, en los medios tradicionales y en los digitales. Las razones que explican el inusitado consumo y producción de objetos culturales sobre la Historia no son claras, aunque podríamos situarlas en la necesidad de conocimiento sobre nuestro pasado inmediato o en la divulgación de los aniversarios de acontecimientos o los homenajes a personajes relevantes. Es evidente que nos encontramos ante un reto importante, nuevos modelos de transmisión del pasado, nuevas significaciones y nuevos públicos.

Barbie Zellizer mantiene la idea de que en Historia, también el medio es el mensaje (Explorations in Communication and History, 2009), es decir, que las características de cada medio determinan la forma en que la historia y la memoria nos es transmitida.Y la complejidad del tema resalta cuando se contempla el universo de las publicaciones digitales, ya sean los llamados cibermedios, es decir aquellos que utilizan el ciberespacio para la difusión de contenidos periodísticos, o los medios electrónicos de comunicación como los blogs, websites, foros, portales, wikis –como elementos clave de un discurso más estructurado en la red-, y los denominados social media.

En este marco, el proyecto se propone un doble objetivo. Por un lado, plantea analizar la presencia y representación de la Historia y la Memoria en Internet en el último decenio, entendiendo por ello tanto el tipo de acontecimiento histórico divulgado en los formatos digitales, como su cobertura, la interpretación que se ofrece de los mismos y, en consecuencia, el conocimiento histórico que generan en una sociedad conformada por nuevos públicos que cada vez participa, colabora y se informa más a través de la Red y el sistema participativo con el que se concibe la Web 2.0. Por otro lado, pretende examinar a qué retos se enfrenta el historiador cuando investiga en el entorno digital -dificultades epistemológicas y ontológicas- al igual que las oportunidades que brinda la difusión digital de la Historia y la Memoria. Siendo estos dos aspectos componentes fundamentales de cualquier cultura, se trata de analizar el cambio radical que las TIC suscitan en “la memoria de nuestra época”, por utilizar la expresión propuesta por la UNESCO en su Declaración de 2003.


https://uc3m.libguides.com/c.php?g=521884&p=3568470

Pesquisa investiga a representação histórica de documentos digitais

Jornal da Unicamp

TER, 11 JUN 2019 | 13:12

Docente estuda o impacto de novas tecnologias na exploração de acervos de arquivos e bibliotecas


TEXTO

LUIZ SUGIMOTO


FOTOS

ANTONINHO PERRI | ANTONIO SCARPINETTI


EDIÇÃO DE IMAGEM

LUIS PAULO SILVA

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Professores de teoria da história procuram investigar como as narrativas históricas foram produzidas, ou seja, como as representações históricas são construídas no tempo e em circunstâncias específicas. O professor Thiago Lima Nicodemo, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, que vem se dedicando ao estudo da história dos arquivos e bibliotecas nos séculos 20 e 21, decidiu incluir a problemática digital em nova linha de pesquisa, visando entender a representação histórica deste mundo contemporâneo; sua frente de investigação empírica é o desenvolvimento de novas tecnologias para explorar os documentos digitais em arquivos e bibliotecas. O docente ressalta que sua pesquisa já está produzindo resultados e que pleiteia um financiamento da Fapesp para dar maior robustez ao projeto e criar o que seria um dos primeiros laboratório de história digital e humanidades digitais do país.

“Para tratar do conhecimento histórico na era da inteligência artificial precisamos observar como o mundo, as pessoas e, sobretudo, como as formas de produção e arquivamento de documentos mudam com o digital: é esta a pergunta colocada no projeto”, explica Thiago Nicodemo. “Há um parte da disciplina de história preocupada com este fenômeno, autodenominada história digital, que começa a levar em consideração as grandes massas de documentos (metadados) produzidas por Google, Facebook, Wikipédia e outros grandes conglomerados. Alguns historiadores já lidam com a internet como fonte válida para seus trabalhos, o que muda o jeito de fazer e pensar história.”

Na visão do pesquisador, a pergunta mais geral colocada aos historiadores e que interessa à sociedade é sobre o que fazer quando todos os arquivos tiverem como matéria-prima dados do Facebook ou metadados do Google. “O que posso dizer nesse momento é que tudo isso é empolgante, pelo menos para mim, porque vejo uma grande área de conhecimento em formação e que só pode ser consolidada em cooperação, entendendo a universidade da maneira mais múltipla possível. Estamos cada vez mais dependentes de profissionais como de mídia ou das variadas formas de ciências da computação, o que inclui os engenheiros. Por trás desse fenômeno digital existe uma ideia muito viva de universidade, de conhecimento possível.”

Nicodemo observa que o tradicional arquivo em papel também está mudando, apesar de se tratar de uma instituição sólida e de estrutura complexa. “Todo arquivo hoje em dia – seja institucional, privado ou especializado – tem o desafio de digitalizar seu acervo. Ocorre que a documentação, quando transformada para o formato digital, traz novas possibilidades de trabalho a partir dela, inclusive de cruzamentos de dados. Com isso, muda a própria ideia de arquivo, que deve ganhar elevado grau de informalidade. Por exemplo, depois do trágico incêndio no Museu Nacional, a tendência é que o lugar seja reconstruído por fragmentos de registros que as pessoas guardam no digital; é um tipo de arquivo espontâneo, por aglomeração temática, que surge das redes sociais.”

Segundo o professor do Departamento de História, existem amplos projetos de digitalização para arquivos históricos, que são transnacionais, concentrados em universidades de excelência, financiados por grandes agências e que impactam a atuação dos historiadores. “Uma coisa é entrar no arquivo em papel e consultar toda a documentação in loco, num trabalho de formiguinha; outra é entrar online e encontrar toda a documentação da escravidão atlântica, englobando tanto países africanos como do continente americano, o que permite produzir outro tipo de estudo. A pesquisa que conduzo possui seu lado empírico, justamente para estudar o impacto desta transformação que está acontecendo no campo.”

Outra questão posta para o futuro, acrescenta Thiago Nicodemo, refere-se ao que fazer para que as ciências humanas em geral aprendam a lidar com as novas tecnologias e com processamento e armazenamento de dados. “Parte dos cientistas de humanas poderia estudar, por exemplo, o Big Data, que é o processamento em larguíssima escala de uma quantidade inimaginável de informações. O que faz o Google? Junta todos os dados que possui de cada um de nós, criando uma rede conceitual, gerada por um algoritmo que possibilita a avaliação e o processamento desses dados em uma escala sem precedentes e, assim, traçar nossos perfis. Geralmente são perfis de consumo, mas o Big Data já traça perfis psicológicos e políticos, influenciando eleições como nos Estados Unidos e no Brasil, o que é muito perigoso e deve ser investigado.”

O historiador sugere que, em sua área de estudos, seria possível aplicar algoritmos semelhantes na análise de fundos de arquivos e bibliotecas digitais, a fim de pensar e discutir devidamente a questão da digitalização e antever o que será feito com um documento de arquivo no futuro. “Ainda não estamos preparados para esta hipótese. Ao digitalizarmos um documento, imaginamos que ele será utilizado da mesma forma que uma pessoa que vai a um arquivo em papel, só que não: esse documento digital será sub-objeto de um novo conhecimento que ainda nem sabemos qual, mas temos condições de saber. Em resumo, há uma corrida pelo conhecimento digital e isso inclui tanto bancos de dados formados pelas nossas informações pessoais quanto o conhecimento histórico disponível em arquivos e bibliotecas. Temos uma ideia muito vaga do que será feito com esses dados no futuro, precisamos investigar mais”.

Por trás do algoritmo

A contribuição mais importante que a universidade pode oferecer ao debate, acredita o professor da Unicamp, seria combater a falta de transparência sobre os caminhos pelos quais Google, Youtube ou Netflix nos direcionam quando realizamos as buscas. “Não sabemos o que há por trás do algoritmo. Somos mobilizados para um algoritmo dentro da rede de análise de dados em massa e nem assinamos uma adesão a isso. Nesta guerra pela informação, as universidades públicas, que fazem grande investimento em arquivos, bibliotecas e sistemas de informação avançados, são das únicas instituições que podem concorrer com os Big Data, apesar da concorrência totalmente desleal.”

 O professor Thiago Lima Nicodemo: “Alguns historiadores já lidam com a internet como fonte válida para seus trabalhos, o que muda o jeito de fazer e pensar história”

 

Pela estratégia defendida por Thiago Nicodemo, a universidade precisa desenvolver pesquisa avançada e mecanismos de transparência para uso de algoritmos e, também, empregá-los nos próprios fundos de arquivos, pensando em como armazenar a informação no futuro – uma informação que seja útil para a sociedade, que tenha uma função pública. “Tudo isso é hipotético, já que ainda não temos pesquisas sobre a transparência do algoritmo hoje, pelo menos no campo das humanidades. Mas deveríamos ter, adotando como nosso espectro empírico os arquivos e bibliotecas digitais de que dispomos na universidade. É um debate fundamental para a salvaguarda da humanidade, mas que simplesmente não é feito.”

O historiador atenta que pensar neste tipo de projeto desafia a própria forma como a universidade é organizada hoje. “Minha hipótese é de uma universidade produzindo pesquisa avançada, mas na outra ponta temos o ensino. Tais pesquisas permitiram planejar o treinamento necessário para que o jovem se torne um profissional no futuro, seja historiador, jornalista ou cientista da computação. Há um conjunto de habilidades pertinentes para entender o mundo contemporâneo na formação universitária. Mas entendendo o novo mundo poderíamos desenvolver isso muito melhor. Isso porque pensamos fragmentariamente, mais preocupados em salvar as nossas fronteiras disciplinares do que em avançar sobre elas. Precisamos pensar numa formação global do estudante. Não há retorno possível para uma sociedade analógica.”

Especificamente sobre a Unicamp, Nicodemo defende a criação de uma frente digital em todas as disciplinas para discutir profundamente a formação dos estudantes. “Aqueles de exatas, que ajudam a desenvolver programas, dependem muito de análises qualitativas, por exemplo. Não se trata de uma profissão única e sim da transformação pela qual todas as profissões estão passando. Portanto, a proposta não é inventar um curso, e sim que todos os cursos lidem com este problema de forma aberta. Todo professor de história medieval, de sociologia, de literatura comparada, mas também de ciência da computação e de engenharia civil, pode dizer algo sobre como as profissões estão mudando a partir do digital. Proponho aos meus colegas um mergulho neste mundo.”

Destruição e desigualdade

As novas tecnologias de digitalização vêm alimentando outra discussão, que já chegou ao Congresso Nacional, sobre a possibilidade de destruição dos documentos físicos (em papel), com o pretexto de que já não haveria motivo para assumir os custos com espaço, preservação e pessoal especializado para mantê-los. “A destruição não possui qualquer fundamento técnico. Ao digitalizarmos, jogamos o documento para outra linguagem, que é uma forma de transposição da realidade: seria como tirar a foto de uma paisagem e depois destruir a paisagem alegando que, tecnicamente, ela está preservada. A decodificação de uma mídia analógica em formato digital envolve um conjunto de protocolos que fazem parte de uma linguagem específica – no caso da fotografia, luz, formas, cores, capitação.”

No caso do computador, salienta o historiador, a linguagem é outra e cria uma falsa sensação de transparência e objetividade, com novas formas de convívio e de enxergar o mundo, ou seja, hábitos totalmente diferentes dos que existiam previamente. “Isso significa a exclusão de uma parcela muito significativa da população, que vive em outro tempo em relação às pessoas incluídas digitalmente. A realidade que o digital vem produzindo é a desigualdade social, a concentração da informação, que implica concentração de renda. A exclusão acontece muito em função deste processo de grandes portais (trusts) que detêm a maior parte das informações do mundo. Não conservar o papel é ignorar tudo isso.”

Laboratório de história digital

Segundo o professor do IFCH, o projeto que está propondo à Fapesp vem de uma pesquisa que ele já desenvolve e que vem produzindo resultados, mas em uma escala que ainda não o satisfaz. “Um financiamento mais significativo permitira criar um laboratório formalmente e viabilizar um curso na pós-graduação, convidando pesquisadores de outras áreas, como da ciência da computação, para não ficarmos apenas numa ilha. Este laboratório de história digital e humanidades digitais seria uma iniciativa pioneira da Unicamp no país, quando toda grande universidade norte-americana já possui um centro focado no tema. Minha pesquisa vem mostrando que estamos tocando apenas a ponta do iceberg.”

Thiago Nicodemo afirma que a utilização das técnicas atuais de análise em Big Data e também de inteligência artificial para grandes fundos de arquivos permitiria o processamento de dados em escala jamais vista. “Os indícios são do surgimento de uma área de pesquisa importantíssima. Quando pudermos cruzar metadados do Google ou de qualquer outro grande portal da internet com documentos dos arquivos tradicionais (que seriam analisados sob as mesmas técnicas), estaremos produzindo uma ciência que ainda não conhecemos – acho que este é o ponto.”

 

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ENTREVISTA | HISTÓRIA DIGITAL

Recencetemente tive o prazer de ser entrevistada pelo Paulo Cesar Gomes, para o site História da Ditadura. Falamos de como cheguei ao tema da História Digital, sobre formação e pessoas que marcaram meu caminho. Por fim, abordamos também o trabalho que realizo na minha pesquisa de doutorado no Centre for Contemporary and Digital History.

Espero que vocês gostem!

Você sabe o que é História Digital? Uma das referências nesse campo, a pesquisadora brasileira Anita Lucchesi fala sobre o tema a partir de seus estudos e experiências no laboratório C2DH na Universidade de Luxemburgo.

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